Patrimônio Cultural e Memória Social
Patrimônio cultural – Material (ferramentas, objetos pessoais, cidades históricas,
museus e etc.) e Imaterial (formado
por todos aqueles conhecimentos transmitidos, como a língua, a música, as
crenças e etc.) é um conjunto de bens materiais e imateriais representativos da
cultura de um grupo ou de uma sociedade, e que são suficientemente relevantes
para a perpetuação no tempo. O patrimônio nos faz recordar o passado; é uma
exteriorização, uma demonstração, ou melhor, é um convite do passado. Tem,
portanto, a função de (re) memorar acontecimentos mais importantes; daí a
relação com o conceito de memória social. A memória social legitima a identidade
de um grupo, recorrendo, para isso, do patrimônio (Martins 2011). O centro
histórico de São Paulo - Figura 1 - é um exemplo singular de patrimônio material, e o Samba
– imaterial – no Rio de Janeiro - Figura 2.
Figura 1: Centro Histórico de São Paulo - Praça da Sé. |
Figura 2: Desfile das escolas de samba no Rio de Janeiro |
A Memória Social está intimamente ligada com o conceito de patrimônio imaterial, segundo Halbwachs, (1992, P. 38) “é na sociedade que as pessoas normalmente adquirem suas memórias. É também na sociedade que recordar, reconhecer e localizar suas memórias”. Para ele, a memória, como fenômeno social, é coletivamente construída e reproduzida ao longo do tempo. Assim como o patrimônio cultural (ou como um patrimônio cultural), a memória social é dinâmica, volátil e seletiva; seletiva porque nem tudo o que é importante para o grupo fica “gravado na memória”, fica registado para as gerações futuras. As histórias que ouvimos quando crianças, um legado familiar (uma tradição) é um exemplo.
Em
paralelo nos deparamos com a “ideia” de identidade,
aqui definida como um conjunto de características únicas/pessoais, de uma
pessoa ou grupo que a diferencia das demais. Segundo (Brandão 1990: 37), a identidade não é construída de
uma forma singular, de maneira exclusiva, vai sendo progressivamente produzida.
Como vivemos em uma sociedade compartilhamos também uma identidade Social, que se caracteriza na ligação comum entre
pessoas que comungam das “mesmas ideias” e interesses.
“[...] a identidade social não diz respeito apenas aos
indivíduos. Todo grupo apresenta uma identidade que está em conformidade a sua definição
social que o situa no conjunto social. Assim, a identidade social é ao mesmo
tempo inclusão – pois só fazem parte do grupo aqueles que são idênticos sob
certo ponto de vista – e exclusão – visto que sob o mesmo ponto de vista são
diferentes de outros. (BERLATTO, 2009, p. 142).”
Como
exemplo, cito o ambiente universitário, onde se encontra pessoas de diferentes
identidades que ao mesmo tempo estão unidas buscando aprender novos
conhecimentos.
É
curioso, no entanto, nota como isso age diretamente e indiretamente em nossas,
vidas posso dizer que todo tempo conhecemos novas pessoas, novas ideias, novas
tendências... Vemos a criação de novas manifestações culturais/artísticos
diariamente, tudo isso cria de uma forma um ‘laço’ que liga as pessoas umas às
outras. Vencer o imediatismo a favor de algo duradouro é o que todos nós
queremos em nossas vidas.
Referências
Bibliográficas:
BRANDÃO,
Carlos 1990: Identidade e etnia:
construção da pessoa e resistência cultural. São Paulo: Brasiliense.
BERLATTO,
O. A construção da identidade social.
Revista do Curso de Direito da FSG, ano 3, n.5. Caxias do Sul: FSG, 2009.
Disponível em: <http://ojs.fsg.br/index.php/direito/article/view
File/242/210>. Acesso em: 20 jun. 2015.
HALBWACHS,
Maurice (1992). On Collective Memory.
Chicago, University
Chicago Press.
MARTINS
Sara D. Teixeira (2011). A Memória de um
Lugar: discursos e práticas identitárias na Freguesia do Castelo em Lisboa.
Dissertação de mestrado em Antropologia. ISCSP/ Universidade Técnica de Lisboa.
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